Complexo de vira-lata: Brasil ainda trata o Grammy Latino com desdém

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O canal TNT fará nesta sexta-feira (17/11) sua primeira transmissão do Grammy Latino, a maior e mais importante recompensada exclusivamente para os talentos do continente latino-americano. No palco serão reverenciados artistas e compositores de projeção a nível global, mas lamentavelmente o Brasil ainda é o único desses 20 países inseridos que ainda vive um grande atraso e bloqueio cultural neste campo. O complexo de vira-lata ainda está bastante enraizado por aqui. Prova disso, além de tantos outros exemplos que listaremos neste espaço, é justamente o tratamento empobrecido e de desdém que o Grammy Latino segue ganhando na mídia ao longo dos anos.

Antes de imergir nas problemáticas desta síndrome que nós brasileiros sofremos, onde americanos e europeus são reconhecidos melhores em tudo o que fazem, é preciso reconhecer o quanto Anitta está sendo fundamental para evoluirmos em alguns aspectos, mas principalmente para o mercado brasileiro voltar a destacar nossas premiações musical, que ao longo da última década passou em branco.

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Ao tempo em que o Grammy Award, MTV VMAs e People’s Choice Awards nunca saíram de cena e ainda ganharam ampla cobertura por aqui, a transmissão do Grammy Latino, muito diferente de países como México, Colômbia, Chile, Costa Rica, República Dominicana e outros tantos, sempre foi tratado como “patinho feio”.

TNT Brasil se arrisca na transmissão do Grammy Latino

Neste ano teremos dois apresentadores na cobertura da TNT, são eles: Dane Taranha e Phelipe Cruz, que declaradamente dizem não entender nada do assunto. Numa publicação nas redes sociais, Cruz ainda deixa claro que não está preparado para a abordagem.

Pois bem, não é por falta de profissionais envolvidos que a TNT não escalou alguém que realmente entenda do assunto para sua cobertura. Só por isso o cenário é descaso, afinal, é Grammy Latino e não Grammy Award. Seria o fato de Anitta, que neste ano será uma das anfitriãs, o motivo milagroso da transmissão?

Pra quem for assistir, é bom ir preparado e se informar por outros meios, pois a chance de um bombardeio de comentários desproporcionais é bem grande. Bizarro, né? Mas é bom ressaltar que não estamos fazendo juízo de valor sobre o talento dos apresentadores, que inclusive são incríveis no que fazemos habitualmente, mas não para o Grammy Latino, convocamos.

Transmissão de grandes eventos na TV brasileira ainda carece de melhorias

Há uma evolução expressiva considerando que em anos anteriores vimos canais brasileiros transmitir a cerimônia gravada e dublada, sem nenhum apresentador. Mas se colocarmos na balança, ainda precisamos de muito.

Para se ter ideia, na história do entretenimento televisionado não há registro de correspondente especial para a cobertura do Grammy Latino. As emissoras não enviam repórteres, mas enviam para o Oscar e outras premiações americanas.

Ano passado, Martinho da Vila foi agraciado com o Prêmio de Excelência Musical pela Academia, mas pouco ou quase nada foi falado. O mesmo ocorre com Rita Lee neste ano. Mas essa história não é de agora.

Falta maturidade, respeito e bom entendimento para a TV no Brasil tratar nossas premiações como fazem com as celebrações musicais americanas. Ainda vemos gêneros latinos de extrema importância cultural e social como reggaeton, salsa, cúmbia, bachata, mpb e samba sendo alvos de pré-conceitos risórios. É incompreensível como torcem o nariz. Enquanto isso, a música latina e as grandes vozes locais seguem rompendo paradigmas.

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Fonte Metropoles

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